sexta-feira, 24 de abril de 2009

Mar adentro - Nazaré


Pesca do bacalhau na Nazaré
1920 / 1930

Uma presença assegurada
A exemplo dos portos menores do Norte do país, também da Nazaré saiu este navio para a Terra Nova, tendo estado presente durante várias campanhas.

Lugre “ São Nazaré “
1925(?) – 1928
Armador : Manuel Dias Pereira, Nazaré

Nº Oficial : 303 > Iic.: H.S.N.Z. > Registo : Nazaré
Contrutor : -?-
Tonelagens : Tab 91,33 > Tal 69,59 to
Comprimentos : Pp 33,89 mt > Boca 4,90 mt > Pontal 2,54 mt
Máquina : -?- (Tinha motor auxiliar)
Equipagem : (x) tripulantes
Capitães embarcados : -?-

Em função dos elementos disponíveis, que são poucos, podemos ajuizar tratar-se de um lugre comprado no exterior, por dispôr de motor auxiliar já em 1925. Aparece nas listas dos navios Portugueses desse mesmo ano, mas pode ter sido colocado na actividade piscatória alguns anos antes. Porque não temos a lista referente a 1929 e não está incluído da lista de 1930, admitimos tenha sido vendido a armador duma praça no Sul do país ou para o estrangeiro. Por esse facto vamos considerá-lo sem rasto a partir de 1929.

sábado, 18 de abril de 2009

Mar adentro - Portimão (1)


João António Júdice Fialho
Portimão 1895 – Lisboa 1934

Apesar das inúmeras referências ligadas ao nome deste ilustre algarvio, em diversas cidades da província, pouco ou quase nada se encontra relativamente às suas facetas como armador e empresário, excepto ter casado com a filha dum abastado médico italiano, radicado localmente e ter sido dono duma belíssima moradia, na cidade de Portimão.
Como empresário o nome Júdice Fialho aparece ocasionalmente associado à indústria conserveira, devido às fábricas postas a laborar próximo a diversos portos piscatórios, com relevo para Faro, Matosinhos e Peniche.
Convém contudo lembrar que Júdice Fialho terá iniciado a sua carreira profissional, através da venda de palamenta e equipamentos para as embarcações de pesca, pelo que ainda jovem estaria já muito familiarizado com essa actividade.
Com a compra de pequenos barcos para a pesca, deu início à criação duma considerável frota pesqueira, ao longo dos anos, que o ligaram à pesca costeira, à pesca do alto, à pesca do bacalhau na Terra Nova, tendo ainda colocado um dos seus lugres no serviço de cabotagem nacional e internacional.
Naturalmente com extrema facilidade adquiriu vantagem em relação aos restantes concorrentes armadores algarvios, que existiam à época em número considerável, pois na eventualidade do peixe não ser comercializado, tinha sempre garantido o escoamento para as fabricas de conserva. E se por acaso houvesse falta de peixe, a situação era normalmente ultrapassada com a conserva de frutas e legumes.
Convém igualmente salientar que o pai Júdice Fialho, por se encontrar referência ao nome a partir de 1906, devia igualmente ter um forte vínculo à pesca, ainda que sem a grandeza e dimensão que se verificaram posteriormente.
Da frota da sua propriedade, até à data do seu falecimento, salientamos as seguintes embarcações:

Navio de cabotagem nacional e internacional

Lugre de 3 mastros “ALGARVE 3º”
Nº Oficial : 612 > Iic.: H.A.L.C. > Porto de registo : Portimão
Cttor.: Manuel M. Bolais Mónica, Gafanha da Nazaré, 1921
Tonelagens : Tab 222,00 to > Tal 162,00 to
Comprimentos : Pp 35,11 mt > Boca 9,05 mt > Pontal 3,73 mt
Máquina : Sem motor auxiliar

Navegação de longo curso – pesca do bacalhau

Lugre de 4 mastros “ALGARVE 2º”
Nº Oficial : 605 > Iic.: H.A.G.S. > Porto de registo : Portimão
Construtor : J.P. de Sousa, Portimão, 1921
Tonelagens : Tab 459,73 to > Tal 388,31 to
Comprimentos : Pp 39,32 mt > Boca 8,75 mt > Pontal 4,93 mt
Máquina : Sem motor auxiliar

Lugre de 3 mastros “ALGARVE 4º”
Nº Oficial : 605 > Iic.: H.A.G.S. > Porto de registo : Portimão
Construtor : Tobias de Lemos, Aveiro, lançado Maio de 1921
ex “Rigel”, Soc. Construção e Pesca Lda., Aveiro, 1921-1922
Tonelagens : Tab 273,20 to > Tal 259,54 to
Comprimentos : Pp 41,60 mt > Boca 9,00 mt > Pontal 4,00 mt
Máquina : Sem motor auxiliar

Lugre de 3 mastros “ALGARVE 5º”
Nº Oficial : 614 > Iic.: H.A.L.Q. > Porto de registo : Portimão
Construtor : J.P. de Sousa, Portimão, 1923
Tonelagens : Tab 379,55 to > Tal 360,58 to
Comprimentos : Pp 38,75 mt > Boca 9,50 mt > Pontal 3,75 mt
Máquina : Sem motor auxiliar

Continua…

Mar adentro - Portimão (2)


João António Júdice Fialho
(continuação)

Após o falecimento de Júdice Fialho em 1934, todos os seus bens passaram à propriedade da viúva e herdeiros, que constituíram empresa ainda no decorrer desse mesmo ano. Porque a pesca longínqua se revelou desastrosa nesta época, a que acrescia a necessidade de motorizar os lugres, levou ao divórcio com a pesca do bacalhau, pelo que a nova gerência concentrou-se na pesca costeira e depois na pesca do alto, com igual sentido de oportunidade e promissor desenvolvimento.
Não surpreende portanto que parte dos lugres tenham sido postos à venda. Com esta medida, considerando que os lugres podiam continuar a navegar no serviço de cabotagem costeira, dá-se por extinta a pesca do bacalhau com base a partir dos portos algarvios. Do lugre empregue na cabotagem, mais os 3 lugres empregues durante os anos vinte na pesca, consegui apurar terem todos eles passado à propriedade da viúva e herdeiros, ainda em 1934. Depois viveram destinos diferentes, como segue :

O lugre de 3 mastros “ALGARVE 3º”
Nº Oficial : 612 > Iic.: H.A.L.C. > Porto de registo : Portimão
Cttor.: Manuel M. Bolais Mónica, Gafanha da Nazaré, 1921
Tonelagens : Tab 222,00 to > Tal 162,00 to
Comprimentos : Pp 35,11 mt > Boca 9,05 mt > Pontal 3,73 mt
Máquina : Sem motor auxiliar

Foi vendido a Daniel da Silva, de Portimão, em 1935, alterando o nome para “ALGARVE TERCEIRO”, continuando ligado à cabotagem nacional e internacional.

Nº Oficial : 612 > Iic.: C.S.C.F. > Porto de registo : Portimão
Cttor.: Manuel M. Bolais Mónica, Gafanha da Nazaré, 1921
Tonelagens : Tab 222,14 to > Tal 161,70 to
Comprimentos : Pp 35,10 mt > Boca 9,05 mt > Pontal 3,73 mt
Máquina : Sem motor auxiliar
Equipagem : 10 tripulantes

Afundou-se em local não especificado ao largo da costa portuguesa, no dia 24.01.1937. A notícia indica que os náufragos foram recolhidos pelo vapor norueguês “Bra-Kar”, da empresa Fred Olsen Lines, de Oslo. Este navio construído na Noruega em 1929, tinha uma Tab de 3.778 to., 111,40 metros de comprimento e 15,80 metros de boca.

O lugre de 4 mastros “ALGARVE 2º”
Nº Oficial : 605 > Iic.: H.A.G.S. > Porto de registo : Portimão
Construtor : Joaquim Pedro de Sousa, Portimão, 1921
Tonelagens : Tab 459,73 to > Tal 388,31 to
Comprimentos : Pp 39,32 mt > Boca 8,75 mt > Pontal 4,93 mt
Máquina : Sem motor auxiliar

Manteve-se na propriedade da viúva e herdeiros de Júdice Fialho até 1941, desaparecendo dos registos a partir de 1942. Sem rasto.

O lugre de 3 mastros “ALGARVE 4º”
Nº Oficial : 605 > Iic.: H.A.G.S. > Porto de registo : Portimão
Construtor : Tobias de Lemos, Aveiro, lançado Maio de 1921
ex “Rigel”, Soc. Construção e Pesca Lda., Aveiro, 1921-1922
Tonelagens : Tab 273,20 to > Tal 259,54 to
Comprimentos : Pp 41,60 mt > Boca 9,00 mt > Pontal 4,00 mt
Máquina : Sem motor auxiliar

Foi vendido a Joaquim dos Santos Pité, Lda., de Faro, em 1937, tendo alterado o nome para “AMIZADE SEGUNDO”, passando ao serviço de cabotagem nacional e internacional. Navega desde então com os seguintes detalhes :

Nº Oficial : 700 > Iic.: C.S.C.G. > Porto de registo : Faro
Construtor : Tobias de Lemos, Aveiro, lançado Maio de 1921
ex “Rigel”, Soc. Construção e Pesca Lda., Aveiro, 1921-1922
Tonelagens : Tab 296,21 to > Tal 224,02 to
Cpmts.: Ff 46,36 mt > Pp 40,08 mt > Boca 9,09 mt > Ptl 3,83 mt
Máquina : Skandia, Suécia, 1937 > 1:Sd > 260 Bhp > Veloc. 9 m/h
Equipagem : 11 tripulantes

Não aparece no registo de navios naufragados. Desaparece da lista de navios nacionais em 1941. Sem rasto.

O lugre de 3 mastros “ALGARVE 5º”
Nº Oficial : 614 > Iic.: H.A.L.Q. > Porto de registo : Portimão
Construtor : Joaquim Pedro de Sousa, Portimão, 1923
Tonelagens : Tab 379,55 to > Tal 360,58 to
Comprimentos : Pp 38,75 mt > Boca 9,50 mt > Pontal 3,75 mt
Máquina : Sem motor auxiliar

Foi vendido a José Braz Alves, de Faro, em 1935, tendo alterado o nome para “VAGABUNDUS”, passando ao serviço de cabotagem nacional e internacional. Muda os detalhes para :

Nº Oficial : 696 > Iic.: C.S.C.H. > Porto de registo : Faro
Construtor : Joaquim Pedro de Sousa, Portimão, 1923
Tonelagens : Tab 331,01 to > Tal 251,78 to
Comprimentos : Pp 41,36 mt > Boca 9,91 mt > Pontal 3,53 mt
Máq.: Volund, Dinamarca, 1935 > 1:Sd > 220 Bhp > Veloc. 8 m/h
Equipagem : 12 tripulantes

Foi novamente vendido, desta feita à Empresa de Pesca Figueirense, em 1938, tendo alterado o nome para “PESCADOR”, regressando à pesca do bacalhau, serviço intercalado com viagens de cabotagem. Fica desde esse ano com o seguinte registo :

Nº Oficial : B-269 > Iic.: C.S.C.H. > Porto de registo : F. da Foz
Construtor : Joaquim Pedro de Sousa, Portimão, 1923
Tonelagens : Tab 332,36 to > Tal 232,80 to
Cpmts.: Ff 48,14 mt > Pp 41,36 mt > Boca 9,91 mt > Pontal 3,53 mt
Máq.: Volund, Dinamarca, 1935 > 1:Sd > 220 Bhp > Veloc. 8 m/h
Equipagem : 12 tripulantes

Não aparece no registo de navios naufragados. Desaparece da lista de navios nacionais em 1944. Sem rasto.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Mar adentro - Viana do Castelo (1)


Na rota da pesca,
ao encontro da frota Vianense
1900 - 1910

O porto de Viana do Castelo no inicío do séc. XX, tinha matriculados 12 navios, de tonelagem superior a 50 toneladas, quase todos eles empregues no serviço de cabotagem. Constavam dessa frota os seguintes navios :

Lugre “Castor”, ex “Louise”, de madeira, construído em 1877 em St. Servan, França, e adquirido em 1900 (António de Magalhães e outros – capitão Joaquim Fernandes Batata), escuna “Maria Augusta”, ex “Adelaar”, de aço, construída em 1897 em Martinshock, Holanda, igualmente comprada em 1900 (Magalhães, Filho, Lda. – capitão Manoel Vaz), palhabote “Santa Luzia”, ex “Teiga & Companhia”, de madeira, construído em 1897 em Aveiro (Manoel José Vivo e outros – capitão Luiz Maria Martins), iate “Gomes 1º”, de madeira, construído em 1889, no estaleiro de Fão (Francisco Fernandes Gaiféro e outros), iate “Boa Hora”, de madeira, construído em 1897 em Fão (Manoel dos Santos Ramos e outros), iate “Pimpão”, de madeira, construído em 1885, num estaleiro de Viana do Castelo (José Martins de Mattos e outros), iate “Pimpão 2º”, de madeira, construído em 1898, em estaleiros de Fão (José Martins de Mattos e outros), iate “Rodolpho”, de madeira, construído em Viana do Castelo (Magalhães, Filho, Lda.), chalupa “Izaura”, de madeira, construída em 1899, no estaleiro de Fão (Magalhães, Filho, Lda.), chalupa “D. Rosa”, de madeira, também construída em 1899, no estaleiro de Fão (José Manoel Vivo e outros), chalupa “Mensageira”, de madeira, construída em Fão (Magalhães, Filho, Lda.) e a chalupa “Ventura de Deus 2º”, de madeira, construída em Fão por António Dias dos Santos, ainda em 1900 (José António Affonso Fontaínhas).

Entre 1899 e 1900 o porto de Viana perde dois dos seus melhores navios; a barca “Adelina” de 551 toneladas (Magalhães & Filho, Lda), empregue em viagens de longo curso, na barra do porto de Lisboa e o lugre “União” de 248 toneladas (Joaquim Gomes Soares), que a partir deste ano embandeirou em Brasileiro. E dois anos decorridos (1902) acontece o naufrágio do lugre “Castor”, (298 toneladas), quando em viagem de Trinidade para a Inglaterra e da chalupa “Izaura” (63 toneladas), ao Sul de Viana do Castelo, abalroada pelo vapor francês “Brésil”.

Ainda para o serviço de cabotagem, foi construído o iate “S. Pedro”, por José Martins de Araújo Júnior, em Vila do Conde, lançado à água a 30.10.1902, sob encomenda do armador José Gomes da Silva. Por sua vez dá-se o naufrágio do iate “Boa Hora” (108 toneladas), que se desfez por acção do mar, depois de encalhar em Viana do Castelo.

No ano de 1908 o porto de Viana do Castelo aponta 2 novas alterações, com a perda de 2 navios, o iate “Gomes 1º” (96 toneladas), que alterou o registo para a praça de Esposende e o iate “S. Pedro” (67 toneladas), que foi vendido para o Algarve, ficando lá matriculado. No ano seguinte deu-se o naufrágio do iate “Pimpão 2º” (151 toneladas), próximo a Marbella (Sul de Espanha), por ter sido abalroado pelo vapor Italiano “Luisiana”, no dia 01.07.1909.

Chegados a 1910, não se vislumbrou qualquer alteração ou investimento, com vista ao posicionamento de navios para a pesca. Quanto ao serviço comercial entraram no registo local 3 novas embarcações; o iate “D. Joaquina” (114 toneladas), de madeira, construído por António Dias dos Santos, em Fão e lançado à água a 12.06.1903. Este navio adquirido por Magalhães, Filho, Lda., pertencia a João Carneiro de Abreu, encontrando-se registado no Porto. Foram igualmente registados em Viana do Castelo para o mesmo armador, as chalupas “Valladares” (118 toneladas) e “Valladares 2º” (76 toneladas). A chalupa “Valladares”, de madeira, foi construída em Fão, por António Dias dos Santos Borda e lançada à água em Novembro de 1899. A chalupa “Valladares 2º”, de madeira, fora construída em Esposende, em 1902, sendo que ambos os navios pertenciam a José Maria Valladares, estando matriculados no porto de Caminha. Também em 1910 se regista novo acidente, agora com o iate “Rodolpho” (101 toneladas), naufragado à entrada da barra de Viana, por motivo de agitação do mar e escassez de vento, no dia 21 de Janeiro.

Nesta época relativamente à pesca do bacalhau, podemos admitir (sem a necessária confirmação), que apenas o palhabote “Santa Luzia” pode ter navegado até aos bancos e participado na pesca longínqua. Isto devido ao esforço de modernização do navio, em 1904, aparelhando desde então em iate. Não restam dúvidas que os armadores locais, estavam muito mais vocacionados para o serviço comercial, apesar da grande influência e importância que o porto teve na actividade piscatória, ao longo dos períodos históricos destas navegações.

Mar adentro - Viana do Castelo (2)


Na rota da pesca,
a frota Vianense nos anos da guerra
1910 - 1915

Ao iniciar a segunda década do século, existiam registados no porto de Viana 9 navios, já integrados na frota referente aos anos anteriores. A única alteração digna de registo, conforme abaixo referenciado, aponta para a transferência de 1 navio para a praça da Figueira da Foz. Dessa frota faziam parte os seguintes navios :

Escuna “Maria Augusta”, ex “Adelaar”, 187 toneladas, de aço, construída em 1897 em Martinshock, Holanda (Magalhães, Filho, Lda. – capitão M. da Luz Guerreiro), iate “Santa Luzia”, ex “Teiga & Companhia”, 145 toneladas, de madeira, construído em 1897 em Aveiro (A. dos Santos Machado Júnior), iate “Pimpão”, 130 toneladas, de madeira, construído em Viana do Castelo (José Martins de Mattos), iate “D. Joaquina” (114 toneladas), de madeira, construído por António Dias dos Santos, em Fão a 12.06.1903, chalupa “D. Rosa”, 106 toneladas, de madeira, construída em Fão (José Manoel Vivo e outros), chalupa “Mensageira”, 46 toneladas, de madeira, construída em Fão (Magalhães, Filho, Lda.), chalupa “Valladares”, 118 toneladas, de madeira, foi construída por António Dias dos Santos Borda em Novembro de 1899 (Magalhães, Filho, Lda.), e a chalupa “Valladares 2º”, 76 toneladas, de madeira, construída em Esposende, em 1902 (Magalhães, Filho, Lda.).

Entretanto ainda em 1911, a chalupa “Ventura de Deus 2º”, 47 toneladas, de madeira, construída em Fão por António Dias dos Santos em 1900, que se manteve propriedade de José António Affonso Fontaínhas, aliviou a mastreação, sendo transformada em caíque. Mudou o nome para “Ventura de Deus II”, e alterou o registo para o porto da Figueira da Foz. Só em 1914 um novo navio vai aumentar a lista dos navios a operar na cabotagem; o lugre “Vianna”, ex “Maria do Rosário”, ex “Palmyra”, ex Ethel”, ex “A.M. Brundit”, de 96 toneladas, construído em Runcorn, Inglaterra, em 1882, que passa à propriedade de Rodolpho Vieitas Costa (capitão Manoel dos Santos Roda), de Viana do Castelo. Este navio pertencia a Maria do Rosário Manata, encontrando-se registado na praça da Figueira da Foz.

Os primeiros sinais efectivos de desenvolvimento e adaptação do porto com equipamento para os navios da pesca longuínqua, incluindo as necessárias áreas de secagem do peixe, tem lugar no decorrer dos anos 1913 a 1914, através da Sociedade de Pescarias de Viana. Ali armam dois lugres, que vão participar já na campanha de 1914, a saber :

Lugre “ Santa Luzia “
1914 –1920

Armador : Sociedade de Pescarias de Viana, Viana do Castelo
----------------
Nº Oficial : 55 > Iic.: H.G.K.F. > Registo : Viana do Castelo
Cttor.: -?-___________, Cambridge, Maine, EUA, 1893
ex “Venus”, J. C. Johnson, Baltimore, EUA, 1893-1914
Tonelagens : Tab 195,20 to > Tal 175,40 to
Comprimentos : Pp 32,94 mt > Boca 8,97 mt > Pontal 2,77 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 29 tripulantes
Capitães embarcados : João Fernandes Mano Agualuza (1914 a 1917), Luiz Carriço (1918) e José Francisco Carrapichano (1919)
Vendido a Joaquim Morais Júnior, em 1920, manteve o mesmo nome, mas alterou o registo para a Figueira da Foz, integrando a frota de serviço comercial. Revendido em Havana, Cuba, em 1921.

Lugre “ Santa Maria “ (1º)
1914 - 1914

Armador : Sociedade de Pescarias de Viana, Viana do Castelo
---------------
Nº Oficial : 56 > Iic.: n/s > Registo : Viana do Castelo
Construtor : R. Mc Leod, Liverpool, Nova Escócia, 1902
ex “Albani”, L. B. Corrie, Liverpool, Nova Escócia, 1902-1914
Tonelagens : Tab -?- to > Tal 249,00 to
Comprimentos : Pp 38,40 mt > Boca 9,10 mt > Pontal 7,4 mt
Naufragou por encalhe motivado pela agitação do mar e escassez de vento, quando na sua 1ª viagem entrava a barra do porto de Viana do Castelo, em 28.02.1914.

Face ao insólito incidente, cuja existência mostra outro bacalhoeiro sem ter viajado à Terra Nova, foi prontamente substituído por um outro navio, como segue :

Lugre-escuna “ Santa Maria “ (2º)
1914 –1917

Armador : Sociedade de Pescarias de Viana, Viana do Castelo
---------------
Cttor.: -?-, Thuroe, Dinamarca, 1909
ex “Fyn”,-?-, Faversham, Inglaterra, 1909-1914
Tonelagens : Tab 204,00 to > Tal 190,00 to
Comprimentos : Pp 33,80 mt > Boca 7,63 mt > Pontal 3,40 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 36 tripulantes
Capitães embarcados : Manoel Mendes (1914 e 1915)
Naufragou após ter sido torpedeado a cerca de 6 milhas ao Sul das Berlengas, por submarino Inglês, que lhe provocou o afundamento, em 10 de Junho de 1917.

Ao fechar o ano de 1915, regista-se o naufrágio da chalupa “Valladares”, encalhada nas proximidades da Torre do Outão, devido a temporal, quando em viagem de Setúbal para Viana do Castelo, no dia 4 de Novembro.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Mar adentro - Viana do Castelo (3)


Na rota da pesca,
a frota Vianense nos anos da guerra
(continuação)
1916 - 1919

Durante os anos da guerra, Viana do Castelo ficou praticamente esvaziada dos seus recursos marítimos e limitadas as capacidades de transporte, devido à transferência de parte das suas unidades para outras praças do país.

O lugre “Vianna”, ex “Maria do Rosário”, ex “Palmyra”, ex Ethel”, ex “A.M. Brundit”, de 96 toneladas, construído em Runcorn, Inglaterra, em 1882, da propriedade de Rodolpho Vieitas Costa, o iate “Santa Luzia”, ex “Teiga & Companhia”, de madeira, construído em 1897 em Aveiro, da propriedade de A. dos Santos Machado Júnior e o iate “D. Joaquina” (114 toneladas), de madeira, construído em 1903, por António Dias dos Santos, em Fão, da propriedade de Magalhães, Filho, Lda., foram vendidos a armadores da capital em 1917, ficando matriculados na praça de Lisboa. No ano seguinte, em 1918, a escuna “Maria Augusta”, ex “Adelaar”, 187 toneladas, de aço, construída em 1897 em Martinshock, Holanda, da propriedade de Magalhães, Filho, Lda., segue o mesmo destino dos outros navios atrás citados. O único bacalhoeiro a navegar, o “Santa Luzia”, da Sociedade de Pescarias de Viana, efectua a última campanha de pesca para esta empresa em 1919, por ter sido vendido a Joaquim Morais Júnior, em 1920, passando ao registo da Figueira da Foz.

Da mesma forma que muitas outras embarcações do armamento nacional, era inevitável que os navios de Viana escapassem à inclemência da guerra, penalizadas por violentas acções de carácter militar. Foram estas as seguintes baixas :

O lugre-escuna “Santa Maria”, da Sociedade de Pescarias de Viana, afundado após torpedeamento a cerca de 6 milhas ao Sul das Berlengas, por submarino Inglês, em 10 de Junho de 1917, quando em viagem do Porto para Lisboa.
A chalupa “D. Rosa”, 106 toneladas, de madeira, construída em Fão em 1891, propriedade de José Manoel Vivo e outros, entretanto vendida a Manoel José da Silva Couto e matriculada no Porto em 1918, deu à costa próximo a Espinho, quando em viagem de Cardiff para o Porto, por ter sido abalroada por um caça-minas Francês, a 9 de Dezembro de 1918.
A chalupa “Valladares 2º”, 76 toneladas, de madeira, construída em Esposende, em 1902, pertença de Magalhães, Filho, Lda., foi afundada por um submarino Alemão, próximo às Berlengas, quando em viagem de Portimão para Viana do Castelo, a 3 de Janeiro de 1917.
Também vitima da guerra, regista-se o antigo iate “Pimpão”, 130 toneladas, de madeira, construído em Viana do Castelo em 1885, propriedade de José Martins de Mattos e vendido em 1918 a Magalhães, Filho, Lda. Este navio que fora entretanto rebaptizado com o nome “Restaurado”, foi afundado por um submarino Alemão, a cerca de 5 milhas da Ericeira, quando em viagem para Lisboa para Viana do Castelo, a 23 de Abril de 1918.

Terminada a Iª Grande Guerra, constata-se que a frota de Viana do Castelo no início de 1919 é insignificante. Restava apenas o bacalhoeiro “Santa Luzia”, presente na sua última campanha realizada nesse ano à Terra Nova, logo seguindo com destino à Figueira, para integrar a frota de cabotagem local.

No decurso de 1919 sopram ventos de mudança no porto minhoto, com a renovação da frota e com o re-despertar para a construção naval. Partindo da estaca “0”, a armação Vianense promove grandes investimentos. Viana anima-se com o regresso à pesca, conquistando um lugar de relevo por todos elogiado. Os navios e as tripulações voltam à Terra Nova, ao encontro dos muitos locais descobertos e habitados pelos seus antepassados.

Tomaram parte na frota renovada para o serviço de longo curso e de cabotagem, os seguintes navios :

Lugre “Santa Martha”, de 385 toneladas, de madeira e o lugre “Lusitânia”, de 861 toneladas, de madeira, ambos da propriedade do construtor, a Empresa de Construções Navais, Lda. O primeiro lançado à água a 3 de Janeiro e o segundo a 27 de Agosto de 1919.
O lugre “Fernanda”, de 103 toneladas, de madeira, construído em Noya (Norte de Espanha), em 1918, registado em Vilagarcia de Arosa, com o nome “Galicia” e a escuna “Delfina”, de 100 toneladas, de madeira, construída na Corunha em 1918 e também registada em Vilagarcia de Arosa, com o nome “Coruña”, passam ambos à propriedade da Sociedade Vianense de Cabotagem, Lda.
A escuna “Laboriosa”, de 130 toneladas, de madeira, construída em Fécamp, França, em 1902, que se encontrava matriculada em Caminha, foi vendida por Braz J. Giestal e Antónia Giestal Gonzalez a Daniel José Machado. Para terminar regista-se ainda a matricula do iate “Maria Clara”, de 93 toneladas, de madeira, em nome do construtor, a firma A. Rocha, Lda., de Viana do Castelo, sendo lançado à água em 28 de Julho.

Para a pesca nos grandes bancos, aparece na sua primeira campanha o

Lugre “ Gaspar ”
1919 – 1948

O lugre "Gaspar" - foto de autor desconhecido

Armador : Soc. Novas Pescarias de Viana, Lda., V. do Castelo
---------------
Nº Oficial : 71 > Iic.: H.G.A.P. > Registo : Viana do Castelo
Cttor.: Manuel M. B. Mónica, Cabedelo, F. Foz, lançado 24.08.1919
ex “Sarah”, Nápoles, Pinto Basto & Cª., Lda., F. Foz, 1919-1919
Tonelagens : Tab 317,68 to > Tal 245,81 to
Comprimentos : Pp 43,35 mt > Boca 8,80 mt > Pontal 4,23 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 39 tripulantes
Capitães embarcados : José dos Santos Carrapichano (1919)

terça-feira, 7 de abril de 2009

Mar adentro - Viana do Castelo (4)


Na rota da pesca,
a frota Vianense de regresso aos Bancos
1920 - 1925

Neste início da década, Viana do Castelo viu partir o lugre “Santa Martha”, de 385 toneladas, de madeira e o lugre “Lusitânia”, de 861 toneladas, de madeira, ambos da propriedade do construtor, a Empresa de Construções Navais, Lda., vendidos a armadores da capital, ficando matriculados em Lisboa. Todos os outros navios registados no serviço de cabotagem, tais como o lugre “Fernanda”, as escunas “Delfina” e “Laboriosa” e o iate “Maria Clara” mantém-se matriculados localmente.

Ainda em 1920 a frota foi aumentada com a chalupa “Diógenes”, de 45 toneladas, de madeira, construída em 1893, em Boulogne, França, registada em nome de Daniel José Machado e no ano seguinte foi matriculado o lugre “Brilhante” de 312 toneladas, de madeira, construído por José Lopes Ferreira Maiato e lançado à água em Viana a 11.04.1921, sob encomenda da Sociedade Vianense de Cabotagem, Lda.

Ainda em 1921 regista-se a matrícula das chalupas “Dina”, de 65 toneladas, de madeira, lançada à água a 20 de Fevereiro e a “Rachel”, de 72 toneladas, de madeira, lançada à água a 8 de Abril, ambas construídas por António Luiz Sobral, em Viana, para Bernardo Pinto Abrunhosa, também de Viana do Castelo.

Em 1922 torna-se digno de nota o naufrágio da chalupa “Diógenes”, por motivo de temporal e da escuna “Laboriosa”, também devido a temporal, durante o mês de Setembro, quando em viagem de Setúbal para Peniche.

Nesse mesmo ano de 1922, Viana recebeu a matricula da chalupa “Farol”, de 49 toneladas, de madeira, construída por José de Azevedo Linhares, em Esposende, lançada à água durante o mês de Outubro, que passou à propriedade de Maduro, Filho e outros. Esta chalupa estava registada em nome da Empresa Marítima e Comercial do Norte, Lda., na praça de Esposende.

No decurso do ano seguinte (1923), foram matriculados o lugre “Britónia”, ex “Manuel”, ex “Arosa”, de 100 toneladas, de madeira, construído em 1917, e o lugre “Senhora das Areias”, ex “Villalonga”, de 120 toneladas, de madeira, construído em 1920, ambos de fabrico espanhol no estaleiro de Noya-Obrés (Galiza) e registados no porto de Vilagarcia de Arosa. Passam à propriedade de Bernardo Pinto Abrunhosa. Em 1925 foi registado o iate “Covão I”, ex “Rio Coura”, de 88 toneladas, de madeira, construído por Manuel Ferreira Rodrigues, em 1920, no estaleiro de Caminha. Pertencia a Francisco Odorico Dantas Carneiro, de Caminha, passando à propriedade de Possidónio Gonçalves Covão & Irmão, Lda. de Viana do Castelo.

Por sua vez o iate “Maria Clara”, de A. Rocha, Lda., naufragou quando se encontrava dentro do porto de Leixões, devido ao temporal que fustigou este porto no dia 7 de Fevereiro de 1923. Também o lugre “Britónia” foi entretanto vitima de naufrágio, junto à barra do porto de Viana, por motivo de temporal, a 25 de Abril de 1924 e a chalupa “Farol”, de José Rodrigues Maduro, naufragou 20 milhas a Oeste do Porto, devido ao mau tempo a 20 de Abril de 1925.

No que concerne à pesca do bacalhau em 1920, o lugre “Gaspar” regressa à pesca, agora na companhia duma segunda unidade, o lugre “Rio Lima”, a que se juntará acto contínuo o lugre “Santa Luzia II”, para a campanha de 1921.

Lugre “ Gaspar ”
1919 – 1948

Armador : Soc. Novas Pescarias de Viana, Lda., V. do Castelo
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Nº Oficial : 71 > Iic.: H.G.A.P. > Registo : Viana do Castelo
Cttor.: Manuel M. B. Mónica, Cabedelo, F. Foz, lançado 24.08.1919
ex “Sarah”, Nápoles, Pinto Basto & Cª., Lda., F. Foz, 1919-1919
Tonelagens : Tab 317,68 to > Tal 245,81 to
Comprimentos : Pp 43,35 mt > Boca 8,80 mt > Pontal 4,23 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 39 tripulantes
Capitães embarcados : José dos Santos Carrapichano (1920) e Manuel Mendes (1921 a 1925)

Lugre “ Rio Lima ”
1920 – 1951

O "Rio Lima", a navegar - foto de autor desconhecido

Armador : Comp. Marítima de Transp. e Pesca, Lda., V. do Castelo
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Nº Oficial : 69 > Iic.: H.R.L.I. > Registo : Viana do Castelo
Cttor.: José Lopes Ferreira Maiato, Viana, lançado 22.01.1920
Tonelagens : Tab 317,33 to > Tal 264,42 to
Comprimentos : Pp 48,00 mt > Boca 9,80 mt > Pontal 4,47 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 41 tripulantes
Capitães embarcados : José Francisco Carrapichano (1920 a 1922), João Francisco Grilo (1923) João Magano (1924) e João Francisco Grilo (1925)

Lugre “ Santa Luzia II”
1921 – 1926

Armador : Companhia Marítima de Transp. e Pesca, V. do Castelo
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Nº Oficial : 70 > Iic.: H.S.L.I. > Registo : Viana do Castelo
Cttor.: José Lopes Ferreira Maiato, Viana, lançado 10.04.1921
Tonelagens : Tab 325,99 to > Tal 261,92 to
Comprimentos : Pp 48,10 mt > Boca 9,93 mt > Pontal 3,90 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 43 tripulantes
Capitães embarcados : José Ferreira d’Oliveira (1922) e João Pereira Cajeira (1923 a 1925)
Em 1926 o navio vai pertencer à Empresa de Pesca de Viana.

Em 1922 mais quatro unidades engrossam a frota dos navios para a pesca do bacalhau, juntando-se aos três anteriores, a saber :

Lugre “ Brilhante “
1922 - 1923

Armador : Sociedade Vianense de Cabotagem, Lda., V. do Castelo
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Nº Oficial : -?- > Iic.: -?- > Registo : Viana do Castelo
Cttor.: José Lopes Ferreira Maiato, Viana, lançado 11.04.1921
Tonelagens : Tab 329,40 > Tal 196,66 to
Comprimentos : Pp 47,25 mt > Boca 9,97 mt > Pontal 3,82 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : (x) tripulantes
Capitães embarcados : João Pereira Ramalheira (1922 e 1923)
Vendido em 1924, passa à propriedade da Empresa “Condestável”, Lda., tendo alterado o registo para a praça de Aveiro e mudado o nome para “Condestável”.

Lugre “Espozende III”
1922 - 1923

Armador : Firmino Clemente Loureiro, Viana do Castelo
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Nº Oficial : 78 > Iic.: H.Z.E.N. > Registo : Viana do Castelo
Cttor.: José de Azevedo Linhares, Esposende, lançado 28.11.1921
dp "Esposende III", Francisco O.D. Carneiro, Caminha, 1923-1924
Tonelagens : Tab 195,72 to > Tal 141,83 to
Comprimentos : Pp 37,50 mt > Boca 8,69 mt > Pontal 3,46 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 35 tripulantes
Capitães embarcados : Manuel d’Oliveira (1922-1923) e Carlos Ançã (1924)
Naufragou devido a violento temporal, quando em viagem de Caminha para os bancos da Terra Nova, na posição 42º25’N 09º30’W, em 18 de Junho de 1924.

Lugre “Estrela I”
1922 - 1927

Armador : Emp. de Pesca Estrela de Portugal, Lda., V. do Castelo
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Nº Oficial : 75 > Iic.: H.E.L.A. > Registo : Viana do Castelo
Construtor : N. S. M. Leary, Dayspring, Nova Escócia, 1918
ex “Margaret Moulton”, Moulton, St. Johns, T. Nova, 1918-1918
ex “Boa Sorte”, Pesc. Vilacondense, Lda., Porto, 1919-1922
Tonelagens : Tab 189,10 to > Tal 140,45 to
Comprimentos : Pp 41,00 mt > Boca 8,30 mt > Pontal 3,75 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : (x) tripulantes
Capitães embarcados : João Francisco Grilo (1922) e José Francisco Carrapichano (1923 a 1925)

Lugre “Estrela II”
1922 - 1934

Armador : Emp. de Pesca Estrela de Portugal, Lda., V. do Castelo
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Nº Oficial : 76 > Iic.: H.E.S.L. > Registo : Viana do Castelo
Cttor.: António Dias Santos Linhares, Fão, lançado 05.06.1921
ex “Águas Celenas”, Sociedade Fãozense, Porto, 1921-1922
Tonelagens : Tab 213,03 to > Tal 171,18 to
Comprimentos : Pp 37,20 mt > Boca 8,73 mt > Pontal 3,52 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : (x) tripulantes
Capitães embarcados : Manuel Pereira Ramalheira (1922) e João Francisco Grilo (1923 a 1925)

Já em 1923, foi matriculado um novo navio, como segue :

Iate “ Estrela III “
1923 -1930

Armador : Emp. de Pesca Estrela de Portugal, Lda., V. do Castelo
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Nº Oficial : 77 > Iic.: H.E.S.M. > Registo : Viana do Castelo
Cttor.: José Dias dos Santos Borda Júnior, Fão, lançado 05.1920
ex “Atlântico”, Parceria Marítima Douro, Porto, 1920-1923
Tonelagens : Tab 141,51 to > Tal 97,01 to
Comprimentos : Pp 34,95 mt > Boca 7,79 mt > Pontal 3,38 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : (x) tripulantes
Capitães embarcados : Manuel Pereira Ramalheira (1923 a 1925)
Vendido à Empresa Marítima Sagres, Lda., em 1930, armou em lugre, mudou o nome para "Avé Maria" e alterou o registo para a praça de Portimão.